Com foco na melhoria da produção pecuária no estado, o Senar Amazonas realizou, nos dias 27 e 28 de junho, a segunda capacitação do Programa AgroNorte. A etapa foi voltada à cadeia da forragicultura e reuniu instrutores, supervisores, técnicos de campo e estudantes da Rede e-Tec. A programação teórica ocorreu na sede administrativa do Senar, em Manaus, e a prática foi desenvolvida em uma propriedade rural no município de Presidente Figueiredo, a cerca de 100 km da capital.
Durante a abertura, a gerente administrativa e financeira do Senar Amazonas, Joycione Lima, apresentou um panorama geral do Programa com indicativos da região e destacou a importância da formação para fortalecer a atuação técnica em todo o estado. "E hoje, aqui no Amazonas, está acontecendo a segunda capacitação do AgroNorte, com o tema Forragicultura, onde os nossos instrutores, supervisores, técnicos de campo e alunos da Rede E-Tec estão adquirindo conhecimento para futuramente repassar para o nosso produtor rural."
A capacitação foi conduzida pelo engenheiro agrônomo Marcelo Barbosa Campos, instrutor do Senar Central, que apresentou os pilares da gestão de pastagens com base no método "Gerente de Pasto". O conteúdo incluiu temas como estrutura para colheita uniforme, impactos do sub e superpastejo, planejamento estratégico de forragens, indicadores zootécnicos e uso de tecnologias para tomada de decisão.
"Nesse momento, nós tivemos a perspectiva de uma região muito produtiva e ainda trabalhando com uma baixa capacidade das pastagens. Temos áreas aqui com capacidade de 0,5 UAs por hectare e também temos áreas com capacidade de 2 UAs por hectare. Então, é importante falarmos disso ao produtor, atendê-lo da melhor forma possível e realizar o planejamento de cada propriedade, de acordo com a região, para podermos programar o planejamento do rebanho para as áreas que vão ficar em terra firme e as áreas que vão para a várzea. Isso vai auxiliar o produtor a realizar um manejo de pasto mais efetivo para termos sucesso. Agradeço a oportunidade e seguimos nessa rota atendendo o programa AgroNorte para as outras cidades e outros estados."
A programação prática aconteceu na Fazenda Amazon Nat, localizada na rodovia 240, km 45, estrada de Balbina, onde os participantes puderam aplicar os conceitos discutidos em sala, utilizando ferramentas e metodologias que tornam a gestão forrageira mais eficiente. Foram realizadas atividades como medição de capim, análise de lotação e interpretação de métricas para distribuição de pastejo.
A supervisora da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), Thayana Melo, associou a formação à atualidade vivida pela pecuária amazonense. "O AgroNorte Forragicultura chegou num momento muito importante para o nosso Estado, visto que acabamos de alcançar um marco histórico no número de abate de cabeças de gado. E a capacitação visa fortalecer ainda mais a cadeia produtiva no estado do Amazonas."
Para Francimary Gomes, instrutora de Formação Profissional Rural, o diferencial do treinamento está na possibilidade de levar uma linguagem padronizada e baseada em evidências aos produtores. "Essa capacitação trouxe uma importância muito grande para a nossa região. Nela, podemos levar ao produtor um planejamento estratégico para dentro de sua propriedade, enriquecendo-o com recomendações e traçando um planejamento onde nós, enquanto profissionais da área e na formação profissional rural, conseguiremos recomendar a ele que tenha um aproveitamento melhor de sua pastagem e não sofra danos. Nossa realidade aqui é bem diferenciada, mas com essa capacitação pretendemos falar uma linguagem só. Eu não tenho dúvidas que o produtor será beneficiado. Essa é a missão: trazer esse benefício ao produtor para que ele não sofra durante a seca ou durante o inverno com uma pastagem ruim e com o seu gado mal alimentado. Então, traçando esse planejamento com base no conhecimento que obtivemos nesta capacitação, conseguiremos auxiliar o produtor a planejar sua pastagem."
O conteúdo também foi valorizado pelos técnicos que atuam diretamente nas propriedades. "Então, esse curso veio agregar muito na questão profissional para mim, porque é um tema que geralmente as universidades não enfocam bem, elas não se aprofundam. Para a gente se aprofundar e ter um conhecimento a mais, temos que procurar instituições, às vezes fora do Estado, às vezes até fora do país, para poder falar de temas como esse que foi abordado aqui", destacou o médico-veterinário e técnico de campo Caleo Soares. "É um tema muito importante, eu gostei demais dessa capacitação; são novidades, são dados, são estatísticas que vieram agregar conhecimento para todos nós aqui, que trabalhamos no Senar, somos técnicos de campo. A gente vai levar esse conhecimento para o produtor, com certeza, e ele vai gostar, porque são esses números, são esses dados que fazem ele alavancar a sua produção, aumentar a produtividade."
Além dos técnicos, a capacitação envolveu estudantes do curso técnico em Agronegócio da Rede e-Tec. Para Anatismo Maquiné, do polo Manaus, participar da formação foi uma oportunidade de ampliar conhecimentos com aplicação direta no campo. "Eu me sinto até privilegiado pela oportunidade que tive, que o Senar está nos dando, com toda a logística, todo o suporte. Só agradecer realmente à pessoa do presidente Muni. A cada aula que a gente vem, a cada curso que a gente participa, é mais conhecimento, e isso, com certeza, vai influenciar lá na frente. Tanto na área que a gente está fazendo, que é o agronegócio, como também na questão do nosso trabalho como produtor. Só vem agregar e valorizar mais a questão do nosso trabalho. Sem conhecimento, a gente não chega a lugar nenhum. Através desse conhecimento que a gente está adquirindo, se realmente a gente for colocar em prática, só vai nos trazer bons resultados."
Sobre o Programa
O Programa AgroNorte é uma iniciativa do Senar Nacional com execução regional pelas administrações estaduais do Sistema. No Amazonas, a meta é capacitar 240 técnicos até outubro, com foco em sete cadeias produtivas estratégicas: piscicultura, forragicultura, cafeicultura, apicultura e meliponicultura, fruticultura, olericultura e agroindústria.
A proposta inclui a atualização de profissionais que atuam com formação rural e assistência técnica, aproximando a realidade do campo das novas tecnologias e práticas sustentáveis. Ao longo da programação, os eventos promovem a troca de experiências entre os estados da região Norte, contribuindo para o fortalecimento das cadeias produtivas com base na realidade amazônica.
Texto: ASCOM – Faea Senar Fundepec/AM
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