
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-AR/AM) realizou nos dias 22 e 23 de agosto, o sexto encontro da AgroNorte. A iniciativa, que percorre os estados da Região Norte com ações formativas, teve como tema a fertirrigação, reunindo produtores, técnicos, estudantes e profissionais do setor para atividades teóricas e práticas.
A capacitação foi conduzida pelo especialista técnico do SENAR Central, Adolfo Moura, que elaborou um curso "baseado em competitividade e no meio ambiente". "Aqui no Amazonas, nós temos uma temperatura alta e umidade relativa baixa, mas dá para fazer uma irrigação competente", afirmou. O instrutor explicou que o curso abordou o "o que tem de mais moderno em termos de irrigação", detalhando os sistemas de gotejamento e microaspersão.
A programação do primeiro dia foi focada em apresentar a fertirrigação e suas diferenças em relação a métodos tradicionais. Foram abordadas técnicas de manejo, como a seleção de fertilizantes compatíveis com o sistema de irrigação, e a aplicação prática para evitar entupimentos e garantir a uniformidade na distribuição dos nutrientes.
Já no segundo dia, o foco foi em cálculos e planejamento, ensinando os participantes a calcular as doses de fertilizantes com base na necessidade das culturas e a importância do pH e da condutividade elétrica para a eficiência dos nutrientes. A elaboração de um plano de fertirrigação passo a passo preparou o grupo para a parte prática.
Com uma abordagem prática e voltada à realidade da agricultura regional, o encontro proporcionou aos participantes conhecimento aplicado para melhorar a eficiência no uso de água e fertilizantes. A visita técnica a uma propriedade em Rio Preto da Eva permitiu que os participantes aplicassem os conceitos em campo, contribuindo para maior produtividade e sustentabilidade.
A visita técnica ocorreu na Fazenda Progresso, de propriedade de Cláudio Decarius, localizada no Ramal do Procópio, no município de Rio Preto da Eva. Reconhecida por sua excelência em inovação e por ser um modelo na produção de café e outras culturas, a fazenda se mostrou um ambiente ideal para a demonstração e prática dos conceitos teóricos.
Para Elcio Garcia Maia, instrutor FPR de Itacoatiara, o conhecimento repassado é fundamental. "É diferente de você aprender em um livro, é uma pessoa que já sabe, que já tem um conteúdo. São ensinamentos que eu vou levar para a vida", disse ele. Elcio ressaltou a importância do tema para enfrentar as mudanças climáticas. "Você vai precisar de uma irrigação, vai precisar dominar toda a parte de fertirrigação para você ter uma boa produção”. Em seguida, ele completou: “O nosso verão está cada vez mais forte e, quando pega uma informação dessas, você já quer correr diretamente para o produtor para repassar isso que você aprendeu. Eu aprendi bastante coisa neste curso de fertirrigação, e já tem pessoas que eu vou ter que visitar para repassar o que eu aprendi", finalizou.
Essa necessidade de conhecimento prático foi reforçada por Kirk Soares, técnico de campo do Senar em Careiro da Várzea. Ele explicou que a realidade da região, com suas duas estações bem definidas (verão e inverno amazônico), exige um manejo diferenciado. Para o agrônomo, a fertirrigação permite "aproveitar mais a água e junto com a água utilizar os processos fisiológicos da planta para que ela possa absorver nutrientes dissolvidos na água". Para Kirk, a vivência dos consultores é o grande diferencial: "A experiência tem sido maravilhosa. Visto que os técnicos que vêm, eles trazem novidades, informações, principalmente informações vividas por eles nas suas atividades ao longo da sua trajetória profissional. Então isso tem somado grandemente, não só à minha formação, mas na conversa com outros técnicos, temos visto que tem somado na formação, na capacitação e na melhoria do atendimento dos produtores das diferentes cadeias.
ara a agrônoma, Taynara Saatkamp, o curso foi uma virada de página. "É muito aplicável, e são coisas que a gente não encontra em livros, é a vivência dele", afirmou sobre o instrutor Adolfo Moura. A técnica de campo que atua na cafeicultura em Apuí, localizado na região Sudeste do Amazonas, vê a aplicação da fertirrigação como essencial. "Eu acredito que isso vai ser a virada de página para a gente levar lá para Apuí, trazer a aplicação da fertirrigação da forma correta para a planta dar a resposta de que está sendo bem nutrida".
O AgroNorte está estruturado em oito encontros com teoria e prática que ocorrem em toda a Região Norte ao longo de 2025. Cada edição é voltada a uma cadeia produtiva diferente e, ao final da capacitação, os participantes recebem a certificação mediante o preenchimento de um formulário eletrônico.
Texto: ASCOM – Faea Senar Fundepec/AM
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